Querido leitor, hoje você ficará sabendo um pouco sobre a diferença dos diversos termos que usamos para falar sobre algum tipo de reforma em edifícios. Antes de tudo, gostaria de trazê-los à memória esses tais termos pelos quais me refiro: reforma, restauração, reabilitação, retrofit etc. À primeira vista pode parecer que todos eles se referem à mesma coisa. Pois bem, não é exatamente assim.
Uma das razões pelas quais nos faz refletir sobre isso é que há uma preocupação em se preservar monumentos arquitetônicos e da construção civil. Essa preocupação está presente na sociedade como um todo e desde os tempos mais passados. Creio que o cidadão médio sente um pouco de apreço pelos prédios antigos no centro da cidade. A identidade de um lugar está atrelada à sua massa edificada e quanto mais antiga ela existe, mais enraizada está no imaginário da população.
As discussões acerca do tema iniciaram, oficialmente, na década de 30 com a criação da Carta de Atenas. Ela é foi a primeira “carta patrimonial”, elaborada durante um congresso internacional de Arquitetos e Técnicos em Monumentos Históricos na cidade de Atenas na Grécia. Esses eventos continuaram a acontecer ao longo dos anos pois novos conceitos e discussões surgiram e envolvendo mais profissionais e teóricos da área. Segundo GRANATO, RIBEIRO e ARAÚJO,2018, p.210*, “os documentos produzidos nesse tipo de contexto têm relação direta com as discussões travadas naquele momento, especialmente ligadas a diferentes formas de compreensão e abordagem do patrimônio e das intervenções realizadas em nome de sua possível preservação.” E é com a Carta de Lisboa de 1995 que eu faço a ligação dos temas primeiro abordados aqui. Nesta carta temos a definição de alguns termos que irão esclarecer uma eventual confusão.
Reabilitação é o termo empregado para “obras que têm por fim a recuperação e beneficiação de uma construção, resolvendo as anomalias construtivas, funcionais, higiênicas e de segurança acumuladas ao longo dos anos, procedendo a uma modernização que melhore o seu desempenho até próximo dos atuais níveis de exigência.”
Já o restauro se refere à “obras especializadas, que têm por fim a conservação e consolidação de uma construção, assim como a preservação ou reposição da totalidade ou de parte da sua concepção original ou correspondente aos momentos mais significativos da sua história”.
A reconstrução acontece em “qualquer obra que consista em realizar de novo, total ou parcialmente, uma instalação existente, no local de implantação ocupado por esta e mantendo, nos aspectos essenciais a traça original”. E a renovação é quando um edifício é construído novamente no local original.
Retrofit é um termo em inglês que surgiu recentemente, mas diz respeito à reformas de “atualização”, que visam o melhoramento de um edifício já existente, buscando uma adequação no sentindo energético, de acessibilidade ou de uso, por exemplo.
Então, depois de despejar as definições aqui, podemos concluir ao dizer que para cada tipo de intervenção em um edifício, seja ele antigo ou não, protegido por órgão histórico ou não existe um termo específico que serve para deixar claro do que se trata a intervenção. As discussões servem para que possamos chegar num consenso sobre o que fazer e como fazer para preservar nossa identidade cultural sem que essas diretrizes se tornem obstáculos.
Abaixo há alguns projetos que podem ilustrar esses conceitos.
E aí? O que você achou sobre essas intervenções? Escreva-nos um comentário e se precisar de projetos para reformas e outros serviços, estamos sempre à disposição!
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