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Uso das barragens no Brasil e a falta de sustentabilidade nelas


No final de janeiro, ocorreu um dos maiores desastres com rejeitos de mineração no Brasil, o rompimento da barragem de Brumadinho. Mas você sabe para que serve uma barragem? Ou como é feita sua construção? Entenda por que as escolhas no tipo adotado resultaram em dois dos maiores desastres ambientais do país.

Com que objetivos se constroem as barragens?

As barragens são feitas para diversas finalidades, como a produção de energia elétrica (no Brasil a maior parte da energia produzida é proveniente da queda da água acumulada nas barragens); para manter a água armazenada a fim de abastecer pequenas cidades ou campos agrícolas rurais; ou, como no caso de Brumadinho, para retenção de rejeitos mineiros.

Quais os tipos mais comumente adotados pela construção civil no Brasil?

De acordo com a finalidade e com os materiais usados em sua construção, as barragens podem ser de diversos tipos, dentre eles, os mais convencionais são:

  • Barragens de concreto: são mais rentáveis em espaços estreitos, pois o concreto não apresenta uma resistência tão boa para cobrir grandes extensões. É importante destacar que, que embora sejam bastante resistentes, um erro em sua projeção pode resultar em fendas, com consequências catastróficas. Mas em caso de galgamento, ou seja, quando o nível da água aumenta a ponto de “transbordar” a barragem, as consequências são menores.

  • Barragem de aterro: construída com terra ou rochas, e ao contrário da barragem de cimento, em caso de galgamento os danos são bem maiores, enquanto que se ocorrer fendas, se mantém mais estável.

  • Barragem de terra: construída pela deposição de enormes quantidades de terra sobre o fluxo de água, com o uso de equipamentos adequados utilizados especificamente para compactação, ou também através de escavações juntamente com o curso da água.

  • Barragem de enrocamento: construída com fragmentos de rochas, de modo que isso seja feito em camadas, resultando na estabilidade do corpo submetido ao impulso da água ou como proteção contra a erosão proveniente do movimento das ondas nos reservatórios.

  • Barragem de terra-enrocamento: construída com terra e pedras simultaneamente.

E os rejeitos da mineração?

No caso das barragens de rejeitos, a medida que este é depositado, a parte sólida decanta no fundo. A água que fica na parte superior é tratada, para que parte seja reaproveitada na mineração e o restante devolvido ao ambiente. Com os anos, a barragem vai “secando” com o acúmulo dos rejeitos, até que deixa de recebê-los.

Uma barragem de rejeitos é constituída da seguinte forma:

1 – Dique principal ou barramento: é o ponto mais baixo da barragem, com o objetivo de conter os rejeitos.

2 - Crista: é o ponto mais alto da barragem, onde se inicia o depósito do rejeito.

3 - Reservatório de rejeito: onde ocorre o depósito do rejeito.

4 – Diques auxiliares: localizados nas laterais, delimitando a área para os depósitos.

5 – Ombreira: terreno natural onde a barragem se encaixa.

6 - Vertedouro: permite que a água no alto da barragem saia.

7 – Drenagem interna: canaliza a água no fundo da barragem

Existem alguns métodos adotados para a altear essas barragens, ou seja, aumentar a capacidade de armazenamento de rejeitos, são eles:

  • Alteamento a montante: a barreira de sustentação é constituída de camadas do próprio rejeito da mineração. Esse foi o método adotado pela mina Córrego do Feijão em Brumadinho e também pela mina do Fundão em Mariana. Consiste na construção de um dique inicial, onde os rejeitos são descarregados formando uma “praia” que, posteriormente será adensada e servirá como fundação. Esses rejeitos adensados fornecerão material para diques de alteamento no futuro;

  • Alteamento a jusante: embora tenha um processo construtivo mais caro, é considerada o mais seguro. Contudo, ocupa mais espaço e provoca maior impacto ambiental. O alteamento não é feito com os rejeitos consolidados (a capacidade da barragem pode ser aumentada com outros materiais, como pedras e argila, que geralmente vêm da própria mineração);

  • Alteamento na linha de centro: apresenta gastos medianos, e tem ainda a vantagem de não demandar tanto material como o alteamento a jusante. A forma de disposição dos rejeitos é semelhante ao método a montante, com os rejeitos sendo liberados a partir do dique inicial.

Mas por que esse alteamento a montante continua sendo adotado, se já foi verificado que não é a melhor alternativa?

A resposta é simples: sua construção é bem mais rápida e econômica, além de ser mais fácil para obter licenças e ocupar menos espaço das bacias hidrográficas, mesmo que seja o método mais perigoso e de maior risco.

O resultado da pouca ou inexistente preocupação ambiental e social fica refletido no último mês, onde o desastre de Brumadinho resultou na destruição da cidade e no elevado número de mortos e desaparecidos. Tentando amenizar os danos, algumas organizações criaram projetos sociais com o objetivo de arrecadar fundos, como é o caso do Fundo Aliança Brumadinho. Se você possui interesse, entre em https://www.catarse.me/brumadinhogritasocorro e veja como pode ajudar.

E aí, conseguiu compreender um pouco da necessidade de conciliar as construções com a sustentabilidade e o meio ambiente? Veja como a sua casa pode se tornar mais sustentável, entre em contato conosco e solicite um orçamento gratuitamente!

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